Ontem falei em má criação. Portanto, hoje o tema é a má-criação dos alunos. Que é uma coisa que me tira do sério.
No meu tempo, um tabefe na cara (ou uma lambada na beiça, ok, esta tem direitos de autor...) valiam mais do que vinte sermões.
Hoje, falar com eles é o mesmo que atirar pérolas a...a...a enfim, surdos... e isso chega a tirar-me o sono. Mais do que as bombas que a ministra dispara. Bombas.
Viram as notícias? Pois, foi descoberta uma bomba da primeira guerra mundial no centro de Londres! Lembrei-me logo que bom seria se descobrissem uma lá no recreio da nossa escola! Ocorreu-me até quão bom seria se ela explodisse no momento em que ouvimos certas alarvidades ali mesmo.
Eles dizem asneiras, cospem no chão e pior, fartam-se de cuspir para o ar!!! Só quem lá anda! Oh senhora ministra, não quer vir à nossa escola no intervalo das 10?
Acreditem que começo a ficar farto disto. Às vezes acho que só com um regime repressivo é que isto vai ao sítio. Se estes miúdos passassem uma semana na mesma tropa que eu passei, já se tinham pura e simplesmente desvanecido. Aquilo é que era a sério, pá. O Sargento Balicha dizia-me muitas vezes: - Ó 39, olha que tu agora queixas-te, mas vais ver que o que aprendes na tropa te vai servir para a vida inteira. E vais ver que ainda vais ter saudades destes bons tempos! Aqui é que se fazem homens. Vá lá, ó seus mariquinhas, trezentas flexões (se não for assim que se escreve, não faz mal, a própria rainha de Inglaterra, que afinal é excelente em Português, tratará de emendar!)
E a a gente fazia-se homens. Quando me lembro desses tempos da tropa, até me vêm lágrimas aos olhos. Que eu, cá no fundo, no recheio, sou todo manteiga.
Pois duma tropa dessas é que esta maltosa precisava para aprender a ter cuidado com a língua. Nós até dizíamos asneiras, sim senhor, mas nunca à frente do Sargento Balicha. Quando o nosso sargento estava presente, só ele é que falava!!! Que bom que era.